Oi, oi! Tudo bem?
Você já ouviu falar em tradução simultânea?
Sabe quando um intérprete está ao lado de um palestrante, professor ou pregador, e começa a sinalizar tudo o que está sendo dito quase ao mesmo tempo? Pois é exatamente disso que estamos falando.
Hoje quero te explicar de forma simples como funciona a tradução simultânea em Libras, quais são os principais desafios dessa prática e por que ela exige muito mais do que “saber português e Libras”.
O que é tradução simultânea em Libras?
A tradução simultânea acontece quando o intérprete interpreta, em tempo real, uma fala em português (ou outra língua) para a Língua Brasileira de Sinais.
Ela recebe esse nome porque acontece quase ao mesmo tempo que o falante está falando. Mas existe sempre um pequeno atraso — e é justamente aí que está o desafio.
Funciona mais ou menos assim:
- O intérprete ouve a frase em português.
- Segura a informação por alguns segundos na memória.
- Reorganiza mentalmente dentro da estrutura da Libras.
- E só então sinaliza para a comunidade surda.
Tudo isso em questão de segundos. E sim: mesmo que a pessoa fale rápido, o intérprete acompanha!
Por que não é só “trocar palavras por sinais”?
Um erro comum é pensar que a tradução simultânea seria apenas substituir palavras do português por sinais. Mas não é bem assim.
A Libras tem gramática própria, estrutura visual e espacial, e não segue a mesma ordem do português.
Olha esse exemplo:
- Em português: “Hoje nós vamos estudar inclusão na escola.”
- Em Libras, a frase se organiza assim: [hoje] [tema] [inclusão] [escola] [estudar nós dois].
Além disso, o intérprete precisa usar expressões faciais, classificadores e o espaço ao redor para dar clareza ao sentido da frase.
O que torna a tradução simultânea tão desafiadora?
Ser intérprete de tradução simultânea exige muito mais do que fluência em Libras e português. É necessário:
- Concentração intensa.
- Memória ativa.
- Capacidade de adaptação.
- Domínio das duas línguas.
No dia a dia, os intérpretes lidam com sotaques, termos técnicos, piadas, gírias e diferentes estilos de fala. A cada segundo, precisam tomar decisões rápidas para que a mensagem chegue de forma fiel e clara para a pessoa surda.
É um trabalho técnico, delicado e, muitas vezes, invisível para o público ouvinte — mas essencial para garantir acessibilidade de verdade.
Onde a tradução simultânea em Libras acontece?
Você provavelmente já viu intérpretes atuando em:
- Salas de aula;
- Igrejas;
- Consultórios e atendimentos de saúde;
- Eventos e palestras;
- Lives e vídeos informativos;
- Telejornais e transmissões oficiais.
Em todos esses espaços, o papel do intérprete é o mesmo: ser ponte entre o mundo ouvinte e o mundo surdo.
Por que isso importa?
Quando comecei, lá atrás, quase ninguém sabia o que era um intérprete de Libras. Hoje já avançamos bastante, mas ainda há muito caminho pela frente. Muitos lugares continuam sem acessibilidade ou contam com profissionais não preparados.
Por isso, reforço: aprender Libras é essencial, mas também é fundamental respeitar a profissão de intérprete e reconhecer a importância da tradução simultânea.
É um trabalho de presença, técnica e dedicação, que transforma vidas e aproxima mundos.
E eu tenho muito orgulho de fazer parte disso. 💙
Agora quero saber de você!
Você já viu um intérprete de Libras atuando ao vivo? Tinha ideia de tudo o que acontece nos bastidores da tradução simultânea? Me conta aqui nos comentários!
Agora clica no link abaixo e confira o meu vídeo completo sobre o assunto.
E se quiser continuar aprendendo Libras de forma clara e prática para aplicar no seu dia a dia, dá uma olhada nos outros conteúdos do blog e siga me acompanhando.
Beijo, beijo!


